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2 – Meditação

2 de março de 2016 - Fase B

Tema nº. 2  –   Meditação

 

As técnicas para meditar já foram passadas nas lições da fase A. vamos a um breve recorda tório. Proponho, não obstante, que pratiquem todas as noites ou madrugadas. Acompanhem e percebam os avanços e não se deixem esmorecer. Meditar é receber o pão que vem do alto. Meditar nos dá a oportunidade de experimentarmos por nós mesmos o real.

Para Meditar é preciso transcender os limites da mente e de nós mesmos.

A meditação beneficia a consciência, tornando-a mais ampla, além de trazer sensações prazerosíssimas até mesmo aos praticantes de níveis não muito avançados.

Porém, não sejamos simplistas, trata-se de uma prática que exige muita perseverança, continuidade de propósitos e perspicácia. O controle da mente e suas faculdades, bem como dos sentidos, é essencial em todo o percurso, o que a torna um estudo de auto-conhecimento e auto-controle. Dia-a-dia ao evoluirmos na técnica a prática melhorará a estabilidade da mente, entre outros benefícios.

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O êxtase, muito comentado nas literaturas em geral, é o cume, o fim último, o supra-sumo da meditação. É nele que o sábio libera sua essência para viver momentaneamente na sexta dimensão. Ele é muito difícil de ser alcançado. Somente os Iluminados o conseguem, e, corolário, é justamente neste ato que se lhes dá a iluminação. É na ocasião do êxtase que, dizem aqueles que o lograram, a consciência desperta para mundos supra-sensíveis e aprende a aprender por si mesma, passando a vibrar dentro deles a felicidade que se pode chamar de verdadeira, ou seja, a qual é própria da alma, ou,  ainda podemos dizer, aquela que não necessita de motivo algum para existir. Assim, de per si, trata-se de uma prática maravilhosa.

            Recordemos algumas técnicas de meditação ensinadas na fase A. Essas técnicas são bastante simples, mas que, não obstante, exigem, como acima dissemos, força de vontade e ganas de atingir a perfeição.

Meditar, em síntese, é ADORMECER EM PERFEITA CONCENTRAÇÃO NO NADA. Desta maneira, o difícil de toda técnica reside justamente em estar em estado de perfeita concentração.

Quem medita busca: informação, poder ou iluminação. O ponto de partida para a meditação pode ser qualquer assunto ou objeto. Primeiramente necessitamos de um lugar confortável. Depois de feita a escolha, ao que sugerimos o próprio leito, precisamos de uma posição confortável e, se possível silêncio absoluto. Quanto à posição deve ser uma que não seja demais confortável, como aquela a qual estamos acostumados a perder a consciência ao dormir, tampouco uma áspera que nos traga desconforto ao nosso corpo físico. Eu sugiro a de homem morto, deitado de costas, com os braços estendidos e os calcanhares se tocando; ou a de pirâmide, ou seja, com as pernas dobradas, de maneira que o corpo estendido na cama mantenha as pernas na posição de pirâmide, tendo as plantas dos pés no leito.

Resolvido os dois pequenos problemas do lugar e da posição, um bom relaxamento pode solucionar o próximo, que é o de manter o corpo físico sem que nos exijam a atenção. Na verdade é a mente quem tenciona o corpo, deste modo, um relaxamento que se preze levará em consideração a busca da quietude da mente. Estes são resumidamente os preparativos iniciais para uma boa prática.

Por sua vez, a meditação propriamente dita transcorre em três fases. A primeira delas podemos dizer que se estabelece quando a mente se cala. Esse já é um estado maravilhoso de consciência. O segundo é a perfeita concentração. O terceiro o êxtase. Em todo este processo é o CORAÇÃO TRANQUILO que empunha a vontade. O coração tranqüilo é a sede, O SOL, podemos dizer desta forma… A vontade por sua vez controla a mente e os sentidos. A mente retorna ao coração, recebendo a diretriz dele e retornando a ele a maneira correta de ver as coisas, de modo que o coração continue tranqüilo, humilde e cheio de amor. É um ciclo imutável.

Não confundamos refletir com meditar. Meditar é transcender a mente. Refletir é apenas uma das qualidades da essência. A meditação em si, se dá quando nos convencemos que a mente não sabe a verdade das coisas, pois tem sempre tendências particulares muitas vezes duvidosas ou ferrenhas. A partir daí, conscientes de que nada sabemos, fazemos a pergunta: é essa a verdade? Está aí a verdade? Deste modo, potencializamos a alma a ir sondar a verdade, que é um mistério insondável para a mente… Neste momento da técnica devemos nos assegurar que estejamos na mais profunda perfeita concentração, sendo indispensável um pouco de sono. Entendamos por perfeita concentração o domínio natural de todas as faculdades mentais e controle dos sentidos aqui e agora. Estar em perfeita concentração é ter a atenção cem por cento focada em algo, mais além até de nós mesmos, porém de maneira natural e, não obstante, senhores absolutos de nós mesmos. É como se estivéssemos dentro da coisa. A partir do momento em que fizermos a pergunta acima mencionada, com a premissa indispensável de havermos atingido a perfeita concentração, devemos prosseguir, chamando resolutamente o sono e mantendo-nos neste estado. Se conseguirmos dormir sem nenhum pensamento, advirá o êxtase.

Munidos das informações acima expostas, sugiro duas formas para a prática da meditação: a concentração no coração e os KOANS.

Na concentração no coração, como o nome já diz, a atenção deve estar inteiramente neste órgão. Daí, fazemo-nos perguntas, objetivando as respectivas respostas; podemos fazer cada dia uma pergunta diferente, para não tornar a prática repetitiva demais, dependendo da criatividade de cada um. Por exemplo, qual o tamanho do coração? Então, tratemos de responder esse questionamento, buscando a verdade com resposta. Tentemos sentir o coração onde ele está de fato; tentemos ver o coração, tal qual ele é; tentemos refletir nos contornos e limites dele, buscando a verdade que está ali de fato. Depois de feitas todas essas observações e reflexões, se estivermos seguros da perfeita concentração de maneira natural, o que subentende o relaxamento perfeito do corpo em perfeito equilíbrio com a vontade disciplinada, aí será o ponto de nos fazermos a afirmação: não é isso que me interessa; coração sai de mim; eu quero a verdade! E tratemos de adormecer assim, concentrados no vazio.

A segunda técnica sugerida, a dos Koans, deve ser iniciada de preferência quando estivermos já com algum sono. Essa técnica consiste em uma pergunta sem resposta. Por exemplo “quando batemos uma palma contra a outra obtemos um som (tratemos de bater palma e ouvir atentamente o som que produz); quando batemos apenas uma das palmas, que som produzirá? Assim, durmamos concentrados neste som. Outra pergunta: se tudo reduz-se a unidade; a que se reduz a unidade? Esse Koan, ainda que massacremos a mente em busca de resposta, não obteremos nenhuma. Durmamos, pois, concentrados naquilo a que se reduz a unidade. Mas um Koan interessante: nos imaginemos pendurados por uma corda, a qual seguramos com a boca, mordendo-a. Imaginemos, ainda, que nos estamos com os olhos vendados e mãos amarradas às costas, bem como os pés também atados. Como se não fosse o bastante, a corda que nos mantém, está presa a uma extensa prancha, sob nós apenas o precipício. A pergunta deste Koan é: como faremos para não morrermos? Imaginemos o que queiramos, isso não tem resposta. Adormeçamos neste estado, buscando a resposta.

Acesse também o Blog: http://meditacaoconcentracao.blogspot.com.br

 

Boas práticas!

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