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46 – O Eu da Traição

29 de janeiro de 2016 - Fase A

Tema nº. 46  –   O Eu da Traição.

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Estamos de instante em instante diante do dilema: “Ser ou não ser?” – devemos, pois, logo nos decidir.

O trabalho esotérico está diretamente relacionado com mudar nossos estados interiores aqui e agora. A Essência, a Consciência faz parte do Ser Eterno. Os egos, os estados interiores equivocados, pertencem ao transitório; são parte do ‘não ser’.

Como dissemos e temos insistentemente ensinado, porém nunca é demais repetir, os egos pensam, sentem e agem por nós.

Existem, portanto, três portas de entrada para que o ego possa se manifestar.

Todos os nossos pensamentos errados pertencem cada um a um ego.

Todas as nossas emoções negativas são originados por um ego específico.

Todas as nossas vontades equivocados, ou mesmo as intencionalmente perversas são advindas da existência transitória de um eu.

Aos egos que deixam de vigiar estas três portas e oferecem ensejo para que todos os egos se manifestem chamamos-lhes de os três traidores, embora todos os egos, em suma sejam os traidores do Ser de uma forma ou de outra.

Assim, temos o Demônio da Mente; o Demônio do Desejo; e o Demônio da Vontade Perversa.

Esses são os três grandes traidores.

Quanto maior o conhecimento, maior a responsabilidade. Assim, acontece que através da auto-observação íntima de nós mesmos, nos daremos conta em pouco tempo, devido ao desenvolvimento do maravilhoso sentido da auto-observação, dos nossos defeitos psicológicos, tais quais eles são. Neste momento, então, vivenciamos de fato o dilema do “Ser ou não ser?”, cônscios de seu significado íntimo real.

Às vezes a escolha não será tão fácil de ser feita, devido precisamente à existência e atuação do Desejo somado aos egos; também devido à Mente somada aos egos; bem como devido à força da Vontade sendo utilizada vilmente pelos egos. Será necessário muita maturidade, ganas e coragem para encará-los de frente e vencê-los em  batalhas campais.

Urge nos auto-conhecermos a fundo para compreendermos o que é o ego e o que é o Ser.

Aqui, neste curso, temos ensinado muitas chaves, porém é imprescindível praticá-las. Somente a prática intensa e diligente, buscando a perfeição, poderá os levar ao êxito.

O Demônio do Desejo nos incita a trocar o trabalho esotérico pela Preguiça; pelo sabor dos alimentos; pelas sensações físicas; pelo gozo; pelo conforto; pelo dinheiro; etc.

O Demônio da Mente sempre procura evasivas, desculpas, para deixar de fazer o que tem que ser feito.

O Demônio da Vontade Perversa, o mais terrível de todos, é aquele que empunha a vontade para fazer conscientemente a coisa errada, a maldade, a perversidade. O Demônio da Vontade Perversa é aquele que se empenha para realizar aquilo que os outros dois almejaram.

No Drama Cósmico do Nosso Senhor Jesus Cristo vemos bem claro a representação desta simbologia:

Judas, o demônio do desejo, vende o Cristo por moedas de prata.

Pilatos o demônio da mente, se justifica, e mesmo não vendo pecados no Cristo, lava as mãos, entregando-o a morte.

Caifás, o terrível demônio da Vontade Perversa, exige e faz, através da sua vontade poderosa, com que o Cristo seja crucificado.

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Ainda nos referindo ao Drama Cósmico representado na Terra por Jesus, encontramos na passagem da negação de Pedro, outra forma de traição, cujo patrocinador é o ego do medo.

O medo serve como escudo pra que uma infinidade de outros eus terríveis possam se manifestar.

Não é necessário salientar que devemos eliminar até a sombra do medo que exista em nós mesmos aqui e agora, a toda vez que, através do sentido da auto-observação, consigamos identificá-lo e pedir, em breve oração à Nossa Divina Mãe Kundalini, para que elimine de nosso interior esse defeito. Pedro, não obstante, reconheceu o seu erro, se arrependeu e seguiu adiante. “A porta do arrependimento é a última que se fecha.” Batamos nessa porta, pois. Nos arrependamos de nossos muitos pecados e iniciemos o trabalho da eliminação dos nossos ‘queridos’ eus psicológicos.   De fato um dos maiores obstes para o começo do trabalho esotérico gnóstico é amarmos demais a nossos egos. Mas isso não seria problema se antes as pessoas tivessem experimentado a verdadeira felicidade dos mundos superiores. Nenhuma satisfação de desejos mundanos (isso que os humanos soem chamar felicidade) chega aos pés da dita da Felicidade Autêntica da alma livre. Meditai com intensidade e corroborais estas palavras.

Assim, pois, somente com o trabalho diário da auto-observação, seguida de morte em marcha, nos veremos livres dos três traidores internos e destes indesejáveis e incontáveis inquilinos, os egos, que seguem tentando nos tirar do Caminho Sagrado que conduz à Liberação Final.

Porém, uma vez que tenhamos cedido ao defeito, ficará muito mais difícil retornar ao ponto anterior, pois o teremos engordado em demasia, sobretudo se a sedição for consciente.

Aliás, isso é uma constante no trabalho esotérico. Uma vez que tenhamos caído, ficará sempre mais difícil retornar onde estávamos. Mais difícil do que a primeira vez que chegamos lá. Por exemplo, no campo sexual, uma vértebra perdida custará muitos superesforços a mais para que o discípulo retome o posto anterior.

Lúcifer, o portador da luz, o Tentador, tem que obedecer à Deus custe o que custar e isso o faremos de maneira imperiosa, nos fazendo valer da oração e da vontade.

Como vimos, em suma, são os egos que nos atraiçoam. E ao nos identificarmos com eles, nós estaremos atraiçoando a nós mesmos, aos demais e, finalmente, aos Mestres e ao Ensinamento Gnóstico.

Por vezes nos veremos a defender os eus. Isso ocorre, quando, por exemplo, fazemos poses; nos sentimos; defendemos nossos próprios eus; defendemos os traços de personalidade nosso ou alheios; defendemos o erro e o injusto por interesses pessoais; não fazemos o que é correto, sabendo o que o é; não fazemos constantemente as práticas que ensinamos aqui, após termos vivenciado que são efetivas e trazem bons resultados. Essas são algumas formas de trairmos a nós mesmos.

Traímos os demais quando, por exemplo, contamos os segredos de um amigo; quando não cumprimos um compromisso ou promessa; quando chegamos atrasados a um encontro, etc.

Tirar vantagens do ensinamento; vendê-lo; maldizer o seu Mestre; ter o desejo de ocupar o lugar do superior, etc. são maneiras de traição ao Mestre e ao Ensinamento.

A traição forte é punida com a perda da alma. Contam-nos que um certo sujeito fez chamar seus parentes a um banquete. No momento propício, após os ter regalado, quando eles menos esperavam, matou-os. Neste mesmo exato instante a alma deste traidor era julgada e sentenciada a morte, a perdê-la, ocasião em que foi despachada de pronto para o abismo, restando-lhe apenas um eu, digamos, o mais bonzinho, para que se cumprisse o seu carma e o dos demais até o final do seu ciclo.

Além de traímos a nós mesmos, aos demais e ao ensinamento, em certas ocasiões atraiçoamos, também, as nossas partes internas.

Por exemplo, há o pecado contra o Espírito Santo; o pecado contra o Íntimo, etc.

O pecado contra o Espírito Santo é um delito, cujo carma é inegociável ante a Lei Divina. Os demais defeitos, conforme vamos morrendo em nós mesmos, podem ser perdoados. Porém, o pecado contra o Espírito Santo, não. Toda desvalorização do sexo, toda fornicação, adultérios, abortos, castrações não são de maneira nenhuma perdoados. Essa é a Lei.

O sábio, não obstante, saberá viver as consequências daquilo que criou em vidas anteriores, pacientemente.

Quando mentimos traímos ao Pai que está em Secreto. Ele é a própria verdade. Quando mentimos, portanto, traímo-lo. Mais que não mentir, não devemos mentir para nós mesmos. Porém, há fatos que se devem omitir. Dou-lhes um exemplo para que reflitam a fundo e depois tirem as suas próprias conclusões. Acaso devemos dizer onde se encontra determinada pessoa que esteja sendo procurada por bandidos ou por qualquer que os queiram matá-lo ou fazer-lhe mal, caso saibamos?

Como temos dito a Gnose é cem por cento prática. Desta maneira, a prática que fica para essa lição é fazer as já dadas com seriedade. Que morram o eu da irresponsabilidade, da galhofa, do desinteresse. Aliás, que morramos todos os nossos eus de instante em instante, de momento em momento. Passemos, também, a nos auto-observar com o máximo de sinceridade.

RECAPITULANDO:

– os eus são os nossos traidores; eles impedem nosso caminhar em direção à Deus;

– há três portas para a atuação de qualquer eu… um eu pensa, sente e age por nós;

– há um traidor em cada uma destas portas, pronto para deixar um eu se manifestar, caso não estejamos “alertas como um vigia em tempos de guerra”;

– são eles o demônio da Mente, o demônio do desejo e o demônio da Vontade perversa;

– são eles representados no Drama Cósmico, por Pilatos, Judas e Caifás, respectivamente;

– com os TRÊS FATORES DE REVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA reduzimos a poera cósmica os traidores de dentro de nós mesmos;

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